Por aqui a festa acaba hoje. Amanhã estamos de volta ao batente. Carnaval continua inexistindo por aqui, não se ouve ou se vê nadinha de nada que indique a semana agitada que está rolando no Brasil. Hoje, segunda, foi feriado aqui, mas o motivo é outro: Dia da Família. Pela primeira vez aqui na nossa província, tivemos esse dia extra de folga. Se não me engano, todas as outras províncias têm esse feriado em fevereiro (na maior parte será na próxima segunda) e British Columbia passou a adotar esse ano. Melhor prá nós, ao menos a raiva de não ter toda a folga do Carnaval no Brasil diminui um pouquinho :)
Para mim, na verdade, o feriadão começou na sexta, pois não fui trabalhar, tirei um sick day. Eu tive que fazer exames de sangue pela manhã e isso tomou bem mais tempo do que eu achava e além disso, eu já previa um trânsito de matar no final do dia, em função do feriado, e tem mais, tínhamos que renovar nosso passaporte, o que só pode ser feito durante a semana das 9:30 às 11:30... ou seja, eu não tinha alternativa, tive que dar balão no trabalho :)
Sim, parece incrível, mas os passaportes já estão vencendo novamente. Assim que compramos os pacotes para o Havaí, lembrei dos meus queridos Érica e Wagner e achei que deveria dar uma conferida nas datas do passaporte, just in case, e surprise! O passaporte do Pedro vencia no início de abril (ainda antes da nossa viagem!) e o meu, em junho. Existe uma regra louca, ao meu ver meio lenda, mas, enfim, de que não te autorizam entrar nos EUA com passaporte com vencimento em menos de 6 meses. Ou seja, tinha que ser feito e ponto final e lá fomos nós, na sexta, visitar o Consulado Geral do Brasil em Vancouver pela primeira vez. Muito fácil se sentir no Brasil estando lá... um processo de entrega de 582 formulários preenchidos, mais foto, mais passaporte, mais ordem de pagamento e recolhimento de digitais que deveria levar até 30 minutos, se transformou em uma aventura de quase duas horas... Dois velhinhos, um brasileiro piadista e um português que parece o pai do Amaury Jr. trabalhando em equipe é tudo o que vc não quer encontrar em uma repartição pública, e trabalhando em time. Mas é isso que vc vê por aqui.
Mas de uma coisa valeu a pena estar lá na sexta: enquanto aguardávamos toda a burocracia e conferência de papéis e tals, uma senhora, canadense, tentava entrar com seu pedido de visto para ir ao Brasil. Pela conversa, não era a primeira vez que ela estava indo lá (pela sorte dela, estava sendo atendida por uma terceira funcionária, aparentemente mais focada no trabalho, que estava lá para atender estrangeiros, digo, não brasileiros). Ela sacou um montão de papel de dentro da bolsa e já largou no balcão mostrando toda sua contrariedade em cumprir todos os requerimentos para a retirada do visto. Reclamou de tudo, disse que era tudo muito difícil. A funcionária pegou todos os papéis e foi devolvendo tudo o que estava incorreto e dando a orientação de como deveria ser feito, sendo que a maior parte deveria ser feita online e apenas uma página de confirmação deveria ser impressa, enfim, devolveu quase tudo e a canadense puta da vida dizendo que não tem acesso à internet e que preferia fazer tudo à mão (oi?) e a funcionária dizendo que não era uma questão de preferência, mas de regras e... enfim, again, a canadense, num ato que vai contra tudo e qualquer coisa que já vi em relação ao comportamento polido e politicamente correto dos canadenses em geral, soltou a pérola: "Desse jeito não dá nem vontade de ir mais... é isso que vcs querem? Que ninguém vá mais ao Brasil?" e a funcionária, mantendo seu tom de voz e sua paciência consular prontamente respondeu: "É apenas uma questão de reciprocidade, minha senhora. Qualquer brasileiro que queira vir para o Canadá deverá passar pelo exato processo que a senhora está enfrentando. Essa é uma opção canadense e o Brasil apenas responde com reciprocidade." A canadense deu uma murchada tão impressionante que até eu fiquei com dó. Catou as dezenas de folhas sobre o balcão, agradeceu a atenção e se mandou. Adorei.
Sábado o Pedro foi a um jogo do Canucks, que, ao que parece, voltaram afinados da greve de meses e estão ganhando todas. Ganharam novamente de 5x1. Enquanto ele estava no jogo eu estava na casa da Fabi em o que eu chamaria de um café colonial :) Era para ser um chazinho que foi ganhando volume e o resultado foi que comi prá caramba :) delícia. Mas não foi só isso! O Baby da Fabi, o Lucas, está com quase um ano e ela está em fase de reorganizar a casa para a nova etapa de voltar a trabalhar e tudo o mais e está se livrando de tudo o que é do Lucas que ela não quer mais e adivinha que está se dando muito bem com tudo isso? Euzinha, digo, nós! Além de todas as dicas preciosas, olha só o novo acessório da casa:
Tá novinho e já vem com a cadeirinha para o carro. Adoramos, claro! E tudo começa a ficar mais apertado por aqui. Como pode um bebê chegar tão pequeninho mas já ocupar tanto espaço?
O fim de semana foi de comilanças também. No domingo rolou picnic no Golden Ears Park, o lugar preferido da minha mãe por aqui :) O dia estava lindo e foi muito gostoso pegar um solzinho por lá. Aproveito para apresentar a barriga, ou o que vcs conseguirem ver dela embaixo de tanta roupa, pois, apesar do sol, estava bem friozinho:
São apenas 16 semanas, gente, calma lá! :) Mas nas duas últimas semanas cresceu muito. Vai ser engraçado surgir no verão com bem menos roupa e a barriga gritando de grande! :)
Falando em comilança, resolvi fazer uma gelatina deliciosa que sempre como nas festinhas por aqui, que é a marca registrada de uma brasileira chamada Michelli:
É gelatina normal com creme de leite fresco, mas é feita com bem menos água aí não derrete fora da geladeira, ao menos não por aqui :) e vc pode levar para qualquer lugar como sobremesa, uma delícia. Espero que dure até amanhã para eu levar um pouco para a Fabi que ficou com água na boca quando eu disse que estava fazendo.
Tenham todos um ótimo carnaval e uma excelente semana de começo de ano para quem está no Brasil :)
Bj, bj.
Gra
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