Primeiras vezes...

Oi gente!

De volta em casa, quase na rotina, mas com algumas alterações :) A viagem foi legal, vimos muita coisa bonita, descansamos muito, mas quero primeiro falar de outros assuntos...

Quantas "primeiras vezes" nesse mês de setembro! Tá quase cansando! :)

Em primeiro lugar, completamos nosso primeiro ano de Vancouver (dia 06), aí engravidei pela primeira vez e tive meu primeiro aborto. Fizemos nosso primeiro cruzeiro e fomos pela primeira vez ao Alasca, onde estivemos pela primeira vez em um hospital Norte Americano (calma! Vou explicar tudo!), mas antes do americano, também estivemos pela primeira vez num canadense, e agora tive minha primeira cirurgia da vida e a primeira canadense também :) e pela primeira vez tenho um órgão removido!

Foi assim:

Não lembro se comentei aqui, mas na última vez que acampamos, acho que há uns dois meses atrás, na última noite no camping eu passei muito mal, senti muita dor no estômago, mas muita mesmo. Quando cheguei, procurei meu family doctor que me pediu um ultrassom que só consegui marcar para um mês depois. Senti a dor no dia seguinte ao camping, mas mais fraca e depois não senti mais nada. Quando fui fazer o ultrassom eu já estava grávida e foi constatado que eu tinha uma pedra na vesícula, o que meu médico, nesse momento já o especialista da minha gravidez, disse que não tinha problema nenhum, que todo mundo tinha pedra na vesícula e não havia o que me preocupar. Ok. Veio o fim da gestação e não se falou mais nisso.

Sábado, antes de embarcarmos, tivemos um almoço mais gorduroso e comecei a passar mal à tarde. À noite piorou muito e fomos para um hospital aqui pertinho. Lá a dor passou por si só, e depois de fazer exames que não apontaram nenhuma infecção, o médico disse que eu poderia ir para o cruzeiro e me deu um remédio forte para a dor caso eu tivesse outra crise, porque não dá para prever, afinal a última tinha sido há dois meses!

Resumindo: tive muita dor e passei o cruzeiro inteiro comendo fruta, em especial melancia, que não agüento nem ver mais! :) A infecção apareceu e foi por isso que tivemos que ir a um hospital americano em uma das paradas (e essa experiência foi tão surreal ou norte-real :) ) que merece outro post. Mas à base de antibióticos a viagem pôde prosseguir e pude aproveitar de tudo, menos da comida :) E dá-lhe melancia!

Chegamos em Vancouver no domingo de manhã, e do navio o Pedro tinha marcado uma consulta com meu médico de família para segunda à tarde. Fomos nele (porque achamos que era ele que tinha que  iniciar o processo para a cirurgia de retirada da vesícula) e ele disse que não podia fazer nada, que tínhamos que ir direto para a emergência de um hospital e ver o que poderiam fazer por mim... assim fizemos. Passamos a tarde inteira na emergência até conseguirmos falar com um médico que disse que meu caso não era de emergência e que me referiria a um especialista para uma consulta na semana que vem e que a cirurgia poderia ser marcada em até três meses. What? Eu não posso viver à base de fruta por três meses! E ele dizia: vc nem tem infecção ou febre para ser um caso de emergência! Mas é claro que não! Eu estava tomando antibióticos pesados por 7 dias! Claro que eu não tinha infecção! Enfim... levamos horas insistindo com vários médicos que vieram me ver. Eu queria ir embora e me matar, mas o Pedro não achou um bom plano :) e continuou insistindo, até que o cirurgião veio me ver e depois de meia hora nos mandando ir embora (eu estava em um leito da emergência) ele se convenceu de que eu precisava mesmo da cirurgia e resolveu me internar, mas, e sempre tem um mas, eu ficaria internada por tempo indeterminado, não teria como marcar a cirurgia e como não era de emergência, eu teria que aguardar uma vaga no centro cirúrgico e isso poderia levar até uma semana, e nós: Ok, a gente espera.

Para os desavisados: só existe sistema de saúde público aqui, e eles decidem tudo sobre vc, não existe a opção de médico/hospital particular Copa D'Or ou o escambau e todos os hospitais são interligados, tanto faz o hospital que vc vá eles terão seu histórico e saberão o que está acontecendo. Digo isso porque a pobre da minha mãe me disse: "Mas filha, porque vc não disse que pagava pela cirurgia?" :) Eles nem saberiam dizer quanto custa a cirurgia! Ou melhor, talvez o custo eles saibam, mas não o preço para o paciente.

O hospital estava lotado e fiquei sentada numa poltrona até às 3 da manhã quando me transferiram para um leito no corredor do terceiro andar. Deitei e apaguei. Na manhã seguinte a enfermeira veio dizer que  minha cirurgia seria no mesmo dia! What? Sim, o médico chegou à conclusão que é melhor operar logo e ao meio dia eu estava sendo encaminhada para o centro cirúrgico de onde saí gramas mais leve e com quatro furos na barriga (sendo o maior deles, por onde saiu a vesícula, junto ao umbigo, por questões estéticas :) ). A equipe que me atendeu era toda de mulheres, mas apaguei logo nos primeiros minutos e quando acordei o Pedro já estava por lá me esperando. Fui para um quarto onde dormi apenas uma noite e agora já estou em casa. Feliz da vida sem minha vesícula que não vai deixar saudades...

Ficarei algum tempo de molho e prometo publicar logo o post com as fotos do Alasca.

Seguindo o conselho da amiga Soraia, estou procurando alguém para me benzer :) mas por aqui tá difícil de encontrar :)

Ontem, antes de dormir, o Pedro me contou que rezou por mim e eu disse que isso era muito feio, ele não pode rezar só quando quer pedir alguma coisa: ou acredita e reza sempre ou não reza! E isso me fez lembrar de uma história muito boa que só podia ter como personagens membros de uma família mais que querida! Dona Maria, mãe de Laura, minha cunhada, é super devota e adora fazer promessas para seus santos. O problema é que ela faz a promessa para os outros pagarem! Hahahahahahahahaa Enquanto o filho dela, o Caio, fazia provas para cargos públicos, ela fez uma promessa para uma santa (que não vou lembrar qual) dizendo que se ele passasse num concurso e tomasse posse ele doaria o primeiro salário para não sei quem (para uma igreja ou instituição, não lembro) e ele só ficou sabendo da história quando recebeu o salário ou quando tomou posse e ficou p da vida e não queria doar nada hahahahahahahahhaa. Acho que no fim das contas ele pagou a promessa, mas pediu para a mãe não fazer mais nenhuma :) E se não me engano, houve um momento que Dona Maria, queridíssima, quis fazer uma promessa para que algo desse certo para nós (eu e Pedro) mas a Laura disse para ela não nos comprometer com a santa! Foi isso mesmo Laura?

O resumo da ópera é que tudo vai bem com Bardal. Estou bem, em casa, comendo de tudo um pouco, apenas um pouco dolorida com minha barriga de peneira, mas nada demais.

O Pedro saiu a pouco para trabalhar e a Érica vem passar umas horinhas comigo e a vida segue e com certeza outras primeiras vezes virão.

Beijos a todos e até o próximo post que, eu prometo, será de belas imagens.

Gra